sexta-feira, novembro 17, 2006

Ser livre no império de empresários e autoridades.
Ser lúcido entre ondas de ar e sedativos.
Acreditar em si próprio sob a tirania da realidade consensual.
Ser sensível vivendo ao alcance de oficinas com condições desumanas, estádios e matadouros
Com o cheiro de sangue no ar.
Sonhar com beleza, com as estrelas arrancadas do céu.
Os anjos engaiolados e os heróis demonizados.
Cantar com a garganta cheia do algodão da inibição.
Escrever sobre graça com mãos calejadas e faces ensangüentadas:
Ousar gritar, e até chorar, orgulhosamente, ante os olhos zombadores dos juízes, do carrasco e da multidão.
Mentir, enganar, roubar e trair o quanto for necessário
Ser honesto,
Dizer a verdade.
Não ter medo: mover-se e seguir esse movimento
Até mesmo na morte, viver para se incendiar nos escombros.
Dar tudo:
Beijar sem apreensão, vergonha ou comedimento,
Fazer amor na cidade do ódio.
E sim, estar vivo.
E esperando estar vivo ao seu lado, esperando um simples suspiro para me resucitar!
Esperando um simples sopro seu!

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