segunda-feira, agosto 27, 2007

De Leve - Melancólico Irônico

É maior pressão, não tem emprego, só tem quem pague mal
não faço o curso que quero, mas espero oportunidade
igual nos consursos que presto, curso 20 dias e
querem que ganhe do resto que ficou o ano inteiro, se
não passo é porque não presto ou não estudei o
suficiente, não acertei o coeficiente chiam no
ouvido porque tenho tido aproveiamento merecido pra
um doente isso só me força a buscar alternativas meu
sonho é apunhalado pela realidade que se mantém ativa
e não posso botá-lo em prática, tendo que mudar de
tática e não pensar só em rimas e bases, tenho que
dividir com a matemática e provas que pôe em cheque
meu conhecimento não tenho conta nem cheque e me
abano com leque sem ter nem discernimento tudo isso
pela falta dele, o que me mantém vivo mas para
obtê-lo tenho que procurar outros caminhos e arriscar
meu pêlo ninguém acredita que eu vá conseguir viver
com minha escrita faço coisas que me irrita pra não
ter que ouvir ideias da idade da Pedrita mas tenho
que fazer, igual a policia é corrupta resta outra
opção pra quem ganha pouco e vida brinca
ininterruptamente? só me resta trabalhar em loja ou
entregar remédio de porta em porta de prédio, com
gorjeta de velho, mó tédio é foda, fazer rap é
piada é o mesmo que eu não fizesse nada e meu tempo
flutuasse na vagabundice danada melhor não dizer o
contrário, pareco otário não consigo gravar, não
tenho dinheiro além de letra dentro do armário e
questões de prova em cima da cama pra auxiliar
judiciário onde fiz 5 acertei 0, ao invés de
continuar fiz o contrário desisti dessa merda a
covardia minha cabeça herda do meu pai que nega 10
conto pra ir na casa da minha mulher que me deserda
qualquer dia desses porque não tenho 1 puto presente
no bolso não tem presente no bolso, quieto, nem
reclamo do que ouço mas 1 dia vô poder chegar e botar
filé cortado em bife sem nem ter que trabalhar 12
horas no natal em loja de grife nem ter que mudar
minhas composições pra aquisições mais pop meu
sonho? alcançar o top sem deixar de fazer Hip-Hop e
chegar nos lugares tendo reservado lugares pagar o
total no final, sozinho, respirar outros ares tô
cansado de ter que me matar por 200 conto comprar
tudo no cartão pra 70 dias e ainda pedir desconto
repito o reflito se a solução não estaria no
conflito não é a toa que os muleque de joga bola
preferem ganhar a vida no grito ou na mão a solução
é escassa sinistro mermo é ter que trabalhar de
graça, aturar desaforo e nego ainda achando graça
meu tênis tem 1 furo, escrevo de dia, tô no escuro o
governo gasta, raciona pasta e quer branco o sorriso
mais puro? não tem condição quero comprar roupa
não só ganhar as que não cabem no meu irmão e usar o
resto que ele não vê quando toma sopa imagina escrito
no meu curriculum vitae emprego anterior: MC, o
patrão pega, olha e fala: sai! eu poderia me render a
tentação e ser boy gastar todo o dinheiro do ônibus em
flipper no centro de Niterói mas acabou o flipper do
shopping, fora de cogitação vou pra Moreira César
entregar minhas fotos nas lojas e ver a reação dos
gerentes que se cansam de ver gente, rasgam o papel
e mandam cagar porque já fechou as vagas no setor de
RH mas continua a maldita plaqueta no canto da
vitrine tô tão duro que se fosse chamado posaria
tranquilo na G magazine e foda-se todos os patrões
muquiranas vô abrir meu próprio negócio com meus
sócios e falir vocês em semanas dando roupa de
graça na praça que roubei do seu estabelecimento e
lutei contra um time de traças não existe
perspectiva de melhoria no dia de vagabundo já que
não tenho condição de seguir meu sonho, sou vagabundo
assumido agora tenho que meter a cara na minha
apostila e ficar sumido uns 20 dias eu e a mochila,
quero ver o resultado depois resumido se eu for
aprovado, você vai ouvir outras musicas minhas se
não, nunca mais vou encher o saco com letras pra zuar
as galinhas vo sumir mais rápido do que apareci na
cena canto minhas músicas sozinho enquanto ajudo o
engenheiro com a trena ele me elogia, pergunta se são
minhas as letras que canto falo que sim, mas nada
muda, continuo no meu canto gravadora quer sucesso
certo, 5 garotos em coreografia com macacão da Esso
com zíper aberto e recesso de talento por perto
produtores esperto não querem pagar pelos loops
[entao] usam teclado Yamaha e se amarram nos
timbres, uuuops! o bom do rap é que só gasto com
caneta papel eu pego da padaria, só gasto palavra e
tempo, porque não gastaria? não é impressão, isso é
um desabafo! que vem desde os tempos que jogo bafo,
e continuo reclamando com esse bafo não tive tempo de
escovar, trabalho pesado no sarrafo se achou
demagogia o que falei, não concordo, mas tá safo.

terça-feira, agosto 21, 2007

Poema de sete faces

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! Ser gauche na vida.

As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
P que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.

O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás do óculos e do bigode.

Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo
mais vasto é meu coração.

Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, agosto 20, 2007

Eu tive que subir lá no alto para ver que pra alçarmos voos mais altos que nossa mediocridade nos permite, precisamos exercitar as nossas duas asas.
A asa do amor e a asa do intelecto, promover o fluxo. Promover a troca. Que invoca e satisfaz qualquer necessidade de voo.
Coisas simples valem mais do que mil palavras. Nada como um abraço!

terça-feira, agosto 14, 2007

Luto para deixar nítida sua visão
resultar e revelar toda as cores do ar,
céu, estrelas e mar.
A perseverança nunca me deixará
assim como a vontade de tornar real.
Vontade essa que inflama dentro do meu coração.
Verdade que me eleva e me transporta,
pelos brilhos das estrelas,
até o seu lar.

domingo, agosto 05, 2007

O que será que é valor moral? Será que realmente é o que a sociedade atual dita e decreta como moral?
Ou será o que realmente importa é o que mora dentro do teu coração. Suas verdades e suas idéias.
Não deixe que a sociedade simplesmente monte suas verdades e vontades. Como diz no filme "A jornada de James para Jerusalém": Não sirva de 'panaca' para a sociedade. Trabelhe menos e pense mais. Viva mais.
Construam seus próprios valores, lute por seus ideais e assitam o filme "Tartarugas podem voar"!

quinta-feira, agosto 02, 2007



HARRY 'literatura' POTTER?

PIRATAS 'fabrica de dinheiro' DOS CARIBES?

Porcarias Hollywodiana e afins?

Gosta disto? Então passe longe desse filme e de mim! =P

Cinema é exatamente isso: IMAGEM.

Nada mais nada menos que isso. Deixe a literatura pros livros e fabricas de dinheiro pro E.U.A. Cinema de verdade é imagem.

E isso que esse filme transmite. Apesar de toda a história contestadora de sobrevivência e realidade. Esse filme nada mais é do que a arte no cinema. Linda fotografia, enquadramentos muito sacados, iluminação perfeita.

Ótimo filme. Mais do que recomendado.

Assistam L'enfant.

quarta-feira, agosto 01, 2007

Uma multidão de coisas tumultuosas, desconhecidas, o alvoraçava - confusas recordações, uma espécie de doce saudade.Uma vontade obscura e incerta de ascender, de voar! Um desejo de se introduzir a grandes passos na imensa treva da noite, e a atravessar, e a romper, esquecido das lutas e trabalhos, e penetrar num vasto campo luminoso onde tudo fosse beleza, harmoniosa, e sossego.Desejo de se integrar numa natureza diferente daquela que o cercava, de crescer, de subir, de bracejar num emaranhado de ramos, de se sentir envolto em grandes flores macias, de derramar seiva, a seiva viva e forte que o incandescia e tonteava.Mas o cansaço o amolentava.Recordando a labuta do dia, o que o donimava agora era uma infinita preguiça da vida, da eterna luta com o sol, com a fome, com a natureza.E sua cabeça desamparada, que procurava auscultar o negrume e o silêncio noturno, caiu sobre o umbral, procurando um asilo, um apoio.