Dentro do meu carro a estabilidade me faz acreditar que está tudo bem, tudo em seu lugar. E logo me esqueço tudo tem seu preço. Aumento a velocidade e atravesso a cidade, sem pensar em mais ninguém, a não ser em quem gosta de mim, e esqueci numa curva que fiz, tão veloz que o amor não morreu por um triz!
Mas naquela estrada, naquela madrugada. Acho que matei alguém, e no mesmo instante morri um pouco também. Fui até ao rapaz que ainda vivia. E vendo ele morrer, sem saber o que fazer segurei sua mão fria. Vi que era pobre, moço sem instrução. Cheirava a pinga barata, uma aliança no dedo. Talvez fosse um ladrão. Ajoelhei-me ao seu lado, me disse o atropelado:
- Fiquei com a pior parte de tudo o que é chamado Civilização! Devolva este anel pra dona daquele bordel. Foi lá que eu roubei, diga pro dono do bar que minha conta encerrei!
Silenciou de repente. Gemeu como um cão e sobre o asfalto quente seu sangue escorreu suavemente todo pelo chão!
Olhei a cidade, olhei pro meu carro e voltei a correr. Pensei em fugir quis não mais viver com mais ninguém. A não ser com quem gosta de mim. E esqueci numa curva que fiz
Tão veloz que o amor não morreu por um triz!
John - Um ponto oito.
quinta-feira, janeiro 25, 2007
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