quarta-feira, agosto 01, 2007
Uma multidão de coisas tumultuosas, desconhecidas, o alvoraçava - confusas recordações, uma espécie de doce saudade.Uma vontade obscura e incerta de ascender, de voar! Um desejo de se introduzir a grandes passos na imensa treva da noite, e a atravessar, e a romper, esquecido das lutas e trabalhos, e penetrar num vasto campo luminoso onde tudo fosse beleza, harmoniosa, e sossego.Desejo de se integrar numa natureza diferente daquela que o cercava, de crescer, de subir, de bracejar num emaranhado de ramos, de se sentir envolto em grandes flores macias, de derramar seiva, a seiva viva e forte que o incandescia e tonteava.Mas o cansaço o amolentava.Recordando a labuta do dia, o que o donimava agora era uma infinita preguiça da vida, da eterna luta com o sol, com a fome, com a natureza.E sua cabeça desamparada, que procurava auscultar o negrume e o silêncio noturno, caiu sobre o umbral, procurando um asilo, um apoio.
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''Vou onde o vento me leva e não me deixo pensar''.
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